Por: Clara Barbosa e Alexandra Costa
Os debates do segundo dia de ONU Jovem no Comitê ONU Mulheres foram marcados por diversas polêmicas protagonizadas principalmente pela delegação francesa. Tudo começou quando as delegadas da França decidiram levantar-se para fazer os pronunciamentos (fato impactante) e propuseram a legalização do aborto
nos países africanos, para que houvesse a diminuição da taxa de mortalidade feminina, já que o tema a ser debatido no momento era a saúde ginecológica das mulheres da África. Além disso, afirmaram que provavelmente as delegações africanas não aceitariam isso, já que suas culturas eram extremamente retrógradas. Isso gerou grande conflito
entre as delegações, mas a discussão tomou outro rumo quando a delegação sul-africana dirigiu-se à República Francesa solicitando que as delegadas se pronunciassem em uma tonalidade mais baixa, já que aquele local não era um estádio de futebol para elas ficarem gritando. A partir desse momento, as nações iniciaram um debate sobre o tom de voz usado pelas delegadas, o que transformou de forma cômica o ambiente do comitê. Após essa série de desentendimentos, as delegadas da França foram entrevistadas pela imprensa e puderam expressar o que estavam sentindo nesses momentos:
Como você se sente após todos esses ataques a sua delegação?
“Eu já imaginava que isso ia acontecer, dei uma declaração muito polêmica,
então não fiquei surpresa.”
Você pretende mudar seu tom de voz para agradar os outros delegados?
“Óbvio que não, minha voz é assim, eu não posso fazer nada (tom irônico).”
O que você achou da declaração da delegada da África do Sul sobre não
estarmos em um estádio de futebol e que não precisava gritar desse jeito?
“Eu acho melhor falar bem alto como se estivéssemos em um estádio de
futebol do que falar muito baixo e ninguém entender nada, como ocorre
com algumas delegações, além de ser um saco ficar pedindo toda hora
privilégio pessoal para a repetição (risada).”
Você tem algum recado às outras delegações?
“Acho que algumas deveriam ficar mais atentas a política interna do próprio
país, pois vi delegações assinando documentos que contradiziam com o
que o seu país declarava. Também senti falta de mais declarações por
parte de algumas potências como os Estados Unidos.”
Quer dizer mais alguma coisa para finalizarmos a entrevista?
“Estou com dor nas costas de tanto carregar problemas de algumas
delegações (risos), não é porque somos potência que precisamos
resolver todos os problemas do debate.”